quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Programete 11 - Olavo Bilac II


Quem poderia imaginar que o amante dos sonetos se tornaria um dos grandes jornalistas do início do século 20? Olavo Bilac livrou-se das amarras tradicionais da literatura e surpreendeu alguns críticos ao escrever crônicas de forma solta e descontraída. Elas foram publicadas em revistas e vários jornais entre 1895 e 1910. 

Bilac era colaborador no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, e Correio Paulistano em São Paulo. Acreditava que o jornalista deveria orientar o leitor e ser um guia da opinião pública. Seus textos relatavam acontecimentos cotidianos e o contexto social da época. Linguagem poética e jornalística davam forma a uma crônica literária, crítica e informativa.

Bilac inovou em “Trabalho feminino”, publicado em agosto de 1901 no Gazeta de Notícias. Descreveu positivamente o papel da mulher na sociedade e seu ingresso no mercado de trabalho. Ele encerrou assim o texto:

“Abram-se às mulheres todas as portas! Porque, enfim, nós, os homens, já temos contribuído tanto para plantar na Terra o domínio da tolice e da injustiça – que não era mau saber se o outro sexo é capaz de ter mais juízo do que o nosso!”

Na publicidade, Bilac escreveu anúncios poéticos para atrair os consumidores... e fez sucesso!

“Aviso a quem é fumante. Tanto príncipe de Gales como Campos Sales usam fósforos Brilhante”. 

Os textos de Olavo Bilac eram recheados de humor e ironia. Apesar das mudanças no estilo entre poesia e imprensa, o escritor manteve a precisão das palavras e a didática em suas crônicas... E com isso ele atingiu vasto público!

Texto: Beatriz Haga
Locução: Eleide Bérgamo e Giovani Vieira

Nenhum comentário:

Postar um comentário