quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Programete 10 - Olavo Bilac I


Olavo Bilac foi um dos grandes poetas do século 19 e ficou conhecido como maior expoente do parnasianismo no Brasil. Mas Bilac não conseguia bancar a vida boêmia que levava apenas como poeta e seu sustento acabou vindo do jornalismo.

Em 1897, ocupou o lugar de Machado de Assis na seção de crônicas do jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. Republicano e nacionalista, o literato aproveitou seu papel como formador de opinião pública para expressar seus ideais. Bilac escrevia sobre os mais variados assuntos, mas as transformações urbanas no Rio de Janeiro foram recorrentes em suas crônicas. 

O jornalista era favorável à modernização da cidade, ocorrida na primeira década do século XX, e reprovava a estagnação do Rio. No texto Metrópole de desocupados, publicado no Gazeta de Notícias em 21 de junho de 1903, ele crítica a situação da Capital Federal. Ouça esse trecho: 

“O Rio de Janeiro era, há poucos meses, uma metrópole de desocupados. Ninguém reconstruía as casas incendiadas ou desmoronadas, ninguém edificava prédios novos. O Dinheiro atacado por uma cobardia sem nome, não se animava a circular, e dormia improdutivo nos bancos, nas caixas econômicas, nos pés-de-meia bolorentos. As ruas não se calçavam nem varriam. A cidade era um cemitério de vivos...” 

Apesar de fazer parte da elite carioca, de ser reconhecido pelos políticos e pela burguesia, as crônicas de Olavo Bilac apresentavam forte crítica social, urbana e política. O objetivo dele era discutir e pensar os problemas do seu tempo. Durante os 20 anos de Olavo Bilac na imprensa brasileira, ele não foi somente o “Príncipe dos poetas brasileiros”, mas também um jornalista preocupado com a sociedade.

Texto: Beatriz Haga
Locução: Eleide Bérgamo e Giovani Vieira

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