sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Programete 42: Vargas e os meios de Comunicação


Foram poucos os políticos brasileiros que souberam utilizar a imprensa como GETÚLIO VARGAS. O “pai dos pobres”, como ficou popularmente conhecido, tinha a seu serviço rádios, cinemas, jornais e revistas. Durante os quinze anos de seu primeiro governo, entre 1930 e 1945, o político gaúcho usou a comunicação para estar presente em todo o território nacional e divulgar o projeto de governo. 

Vários meios de comunicação, principalmente o rádio, foram mobilizados pelo governo para propagar uma onda de nacionalismo e populismo entre a classe trabalhadora. Notícias de VARGAS sempre estavam presentes no rádio. Os pronunciamentos eram reservados para datas especiais e enfatizavam o personalismo. 

Getúlio também soube usar as revistas e os jornais como instrumentos de propaganda política e de controle da informação, com o objetivo de fortalecer a sua imagem como homem do povo e estadista. No período do Estado Novo, entre 1937 e 1945, o ditador aparecia em vários impressos, praticando as mais diferentes atividades, tais como cavalgando, discursando ao lado de estudantes, distribuindo ferramentas agrícolas; em bailes; em peças de teatro, desfiles e festas cívicas. 

A revista Rumo ao Oeste foi um exemplo de meio utilizado para construir um novo papel para GETÚLIO: o de bandeirante. Nessa revista, Vargas apareceu como desbravador, um agente civilizador do sertão. A publicação mostrou uma viagem de Vargas ao Mato Grosso, momento em que visitou uma aldeia indígena. Na reportagem, ele aparece com os índios, conversando, dando presentes, almoçando no meio da selva e sobrevoando o Rio Araguaia. Imagens que reforçavam a ação do governante no Oeste a ser desbravado. 

A presença de Vargas na grande imprensa diária também era significativa. A Agência Nacional, pertencente ao DEPARTAMENTO DE IMPRENSA E PROPAGANDA, enviava para todos os jornais do país muitas matérias prontas. Os textos apresentavam ações do governo, suas políticas e elogios ao ditador. Tudo isso chegava a compor cerca de setenta por cento do material diário publicado por alguns jornais. 

Apesar do controle da informação e da violenta repressão política, o governo autoritário teve um fim. Em 1945, Vargas foi compelido a afastar-se do poder e o período ditatorial foi encerrado.

Texto: Giovani Vieira
Apresentação: Jaqueline Casanova e Marina Fontanelli

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