Em dezesseis de novembro de 1889, o jornal A Província de São Paulo estampava em sua primeira página apenas a frase: “Viva a República!”. Além do cabeçalho, não havia mais nada. Como se fosse um grito para ser ecoado por todo o Brasil, o jornal imprimia somente aquela frase, em letras garrafais. Nem mesmo capas atuais de revistas são tão concisas. Chega a parecer uma linguagem publicitária, curta, chamativa e expressiva. Na verdade, ele estava comemorando o fim da monarquia. Seus diretores, redatores e proprietários esperavam por esse momento há anos.
Em 1874, quinze anos antes, um grupo dedicado a lutar contra a monarquia concluiu que precisava do apoio de um jornal. Ele iria divulgar e defender a causa republicana. Eram fazendeiros e profissionais liberais paulistas que atuavam no Partido Republicano e decidiram investir na imprensa. Vinte e um sócios montaram a empresa e diversos nomes são conhecidos em São Paulo: Almeida Prado, Martinho Prado, Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos. Além desses, três sócios se tornariam depois governadores do Estado: Américo Brasiliense, Manoel Ferraz de Campos Sales e João Tibiriçá Piratininga.
A presença desses senhores revela que o principal objetivo do jornal era divulgar uma causa política. Tentar convencer o público de que o país precisava mudar a sua forma de governo. No século 19, em geral, os jornais não publicavam tanta notícia como hoje, estavam mais voltados para formar consciências, moldar cidadãos ou manipular opiniões.
Com a proclamação da república a administração pública mudou. O que era denominado de Província passou a ser Estado. Dessa maneira, o nome Província de São Paulo perdeu o sentido. Por isso, em dezembro de 1889, a denominação do jornal foi alterada para O Estado de S. Paulo, da maneira como o conhecemos hoje.
Texto: Célio Losnak
Locução: Giovani Vieira e Eleide Bérgamo
Texto: Célio Losnak
Locução: Giovani Vieira e Eleide Bérgamo
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