No início do século vinte, o jornalismo passou por mudanças importantes. A produção de notícias começava a usar novos métodos de apuração, como a entrevista. Essa nova maneira de fazer jornalismo abriu espaço para o modelo de reportagem de campo, pouco visto até então. Por trás dessas transformações, havia um forte nome da literatura e do jornalismo brasileiro...PAULO BARRETO, também conhecido como JOÃO DO RIO.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1881, João do Rio buscava, fora da redação, elementos para a notícia. Ele circulava pelos bairros da cidade do Rio de Janeiro, conversava com os moradores para encontrar conteúdo para as suas reportagens. O resultado é um material rico em descrição de locais, pessoas e costumes – um retrato social a partir do olhar do repórter.
O trabalho jornalístico de João do Rio também foi marcado por questionar as fontes de informação e apostar num jornalismo investigativo e de comportamento, misturando a crônica e a reportagem. Nas histórias narradas no jornal, e depois impressas nos livro ALMA ENCANTADORA DAS RUAS, essas características são claras como nos trechos a seguir:
“A Rua da Misericórdia,....com as suas hospedarias lôbregas, a miséria, a desgraça das casas velhas e a cair, os corredores bafientos, é perpetuamente lamentável. Foi a primeira rua do Rio”.
Como escritor JOÃO DO RIO também se destacou no campo literário. Ele era mulato assim como MACHADO DE ASSIS e LIMA BARRETO. Os três escritores formaram a trinca da prosa urbana com a melhor qualidade no início do século vinte. Com obras vindas direto das páginas da imprensa ou da realidade mesclada com a ficção, João do Rio levou para a literatura as características do jornalismo e se transformou em um dos escritores mais populares da época.
Texto: Ana Carolina Costa
Locução: Giovani Vieira e Jaqueline Casanova
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