quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Programete 33: Os jornais de Bauru do pós-30


O Correio da Noroeste surgiu em 1931, um ano depois do empastelamento do Diário da Noroeste. O mesmo grupo abriu outro veículo como forma de manter a proposta jornalística na cidade. Era liderado por José Fernandes e Jorge de Castro e foi o principal jornal até os anos 1960. 

O Correio procurou ser o espaço de veiculação das transformações pelas quais Bauru e região passavam a partir dos anos 1930. Como o Diário da Noroeste, O Correio manteve a estratégia de ser um jornal regional. No decorrer da década de 1930 a imprensa das cidades à Oeste eram incipientes e isso facilitava a penetração do Correio em busca de leitores e anunciantes. Ele criou seções ou páginas para cidades ou regiões ferroviárias. Dessa maneira havia internamente as partes intituladas Correio de Lins, Correio da Sorocabana, Correio da Alta Paulista. 

Nessas partes era possível ler notícias sobre acontecimentos, problemas regionais que afligiam várias localidades, edições comemorativas de aniversário dessas cidades, e disputas futebolísticas entre os times da Sorocabana, da Paulista e da Noroeste. 

Na sua última fase, o Diário da Noroeste enfrentou o Diário de Bauru um concorrente em ascensão que havia surgido em 1946. Nos anos de 1960, o Diário da Noroeste não mais pertencia a proprietários locais e tinha uma expressão tímida, concentrava sua publicação em assuntos da cidade e tinha poucas páginas. Em 1968 ele foi fechado. 

Vários outros jornais surgiram e pereceram em Bauru. Destacamos aqui outro que teve vida longa nesse período entre 1930 e a década de 1960. A Folha do Povo. Ela surgiu em 1933 e em 1937 tornou-se diária. Nessa época foi dirigida por Paulino Raphael que articulou diversas campanhas na cidade como forma de divulgar o jornal e fazê-lo ser reconhecido pela sociedade. Como nos outros jornais da época, nele atuaram vários redatores que mais tarde tornaram-se famosos e também escritores, poetas e pessoas envolvidas com a área das artes. Alguns exemplos sâo: Correia das Neves, Helvécio de Barros, Celina Alves Neves, Jehovah de Oliveira e Nadyr Serra. 

A partir dos anos 1950, a Folha do Povo passou por vários donos. O último foi a família Toledo da Instituição Toledo de Ensino. 

Em 1968 o jornal encerrou suas atividades, pois já convivia com fortes concorrentes O Diário de Bauru e o Jornal da Cidade que produziam novas propostas de jornalismo e representavam novos grupos da sociedade. 

Texto: Célio José Losnak

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