quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Programete 32: Os primeiros diários de Bauru


O Correio de Bauru foi o primeiro jornal diário de Bauru, surgiu em 1916 e circulou até 1930. Nele trabalharam João Maringoni, Domiciano Silva, Carlos Fernandes de Paiva. Também teve a colaboração do poeta Rodrigues de Abreu. Manoel Ferreira Sandim foi o proprietário durante todo o tempo de existência. 

Não há estudos sobre o perfil editorial do jornal. O que se sabe é que Sandim fazia parte do Partido Republicano Paulista e esse vínculo levou à depredação das instalações do periódico em 1930. As forças partidárias do golpe de 30, a Aliança Liberal, e aliadas à Getúlio Vargas invadiram, quebraram e queimaram equipamentos e instalações. 

O Correio de Bauru não foi o único a ser destruído e ter suas atividades encerradas em outubro de 1930. O Diário da Noroeste, o segundo diário surgido na cidade, também sofreu a mesma violência. Ele foi lançado em agosto de 1925 com a proposta de ser independente dos partidos, profissionalizado com jornalistas defensores das causas públicas, com orçamento autônomo a partir da venda e de publicidade. 

Esse diário incorporou o nome da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil que tinha sede em Bauru. Ele inovou ao utilizar a ferrovia para circular pelas cidades à beira da linha. Enviava representantes em busca de assinantes e anunciantes. Para isso ele deu cobertura noticiosa regional. Cobria as cidades de Presidente Alves, Pirajuí, Lins, Penápolis, Araçatuba, Três Lagoas e Campo Grande. Também publicava editais da empresa Noroeste. 

Nessa linha de atuação o Diário da Noroeste buscava discutir problemas da região e outros específicos de algumas cidades. O jornal tentou ser um mediador entre as autoridades do governo estadual e os moradores da região. Um dos movimentos catalizados por ele foi a reivindicação de construção de um abrigo para leprosos que circulavam livres e abandonados por essa área do estado. E a campanha foi bem sucedida. Na primeira metade da década de 1930, começou a funcionar em Bauru o Asilo Aimorés. 

O Diário da Noroeste foi o primeiro diário da cidade a possuir características jornalísticas praticadas pela grande imprensa de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Texto: Célio José Losnak
Apresentação: Jaqueline Casanova

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