quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Programete 34: Euclides da Cunha – I - Jornalista


O jornalismo no Brasil nos fins do século dezenove difundia explicitamente as ideologias da época. O conflito principal se dava entre aqueles que acreditavam na República e aqueles que ainda queriam a continuidade do regime monárquico. Nos jornais, os intelectuais publicavam artigos fervorosos defendendo suas opiniões. Dentre os articulistas mais famosos estava: Euclides da Cunha. 

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em VINTE de janeiro de MIL OITOCENTOS E SESSENTA E SEIS na cidade de Cantagalo no Rio de Janeiro. Aos VINTE ANOS, começou a frequentar a Real Escola Militar. Escola que influenciou profundamente o gosto de Euclides pelos estudos e sua formação intelectual. Pouco tempo depois, ao lado de Benjamin Constant, já integrava o movimento republicano. Euclides torna-se conhecido publicamente após participar de um protesto contra a Monarquia. Decorrente desse destaque, ele é convidado por Júlio de Mesquita para escrever no jornal Província de São Paulo que anos depois ficaria conhecido como O Estado de São Paulo. 

Publica, então, seu primeiro artigo intitulado “Questões sociais – a Pátria e a Dinastia” no qual criticava a Monarquia pela decisão de deslocar tropas para o Norte do país para reprimir opositores ao imperador. Nas linhas finais do artigo Euclides revela seu estilo provocador. Ouça o trecho: 

Desiluda-se, pois, o governo; a evolução se opera na direção do futuro – e quer o governo queira, quer não, embora voltado para o passado, caminhará com ela, para a frente, mas como os covardes – recuando. 

O segundo artigo recebe o nome de “Revolucionários” e defende que a postura de um republicano brasileiro deveria ser a de um revolucionário para se contrapor ao governo tradicional. 

Mesmo com a proclamação da República a atuação política de Euclides é mantida. Ele continua a defender a República, mas muitas vezes critica o governo. Sempre expõe seu espírito inconformado e apesar de ser um republicano, não apoiou os excessos de alguns presidentes. 

Essa atuação de Euclides sempre foi feita pela pena, pela escrita publicada na imprensa do final do século XIX com o objetivo de conquistar consciências e maior liberdade para a sociedade. 

Texto: Marina Fontanelli
Locução: Giovani Vieira e Marina Fontanelli

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